A sexualidade humana é definida como um conjunto de representações vivenciais, valores, regras, determinações, simbologias existenciais pessoais e coletivas que envolvem a questão da identidade sexual do homem e da mulher.
Na sociedade primitiva ela era identificada com a procriação. Na sociedade atual ela saiu do contexto do quarto do casal e é discutida na praça, na mídia escrita e falada, no discurso político, mas não se criou uma ética. À frente de tudo isto esta a ditadura comportamental da mídia, o novelismo é que dita as regras e compõe a sociedade moderna. Ao contrário do que pensam os adultos, crianças são seres humanos e, como tais, sexuados. Dependem de nossa postura e ação para iniciarem o sexo com naturalidade e maturidade.
Conhecendo melhor o desenvolvimento da sexualidade infantil constatou-se que os comportamentos sexualmente tipificados são aprendidos desde tenra idade e, por isso mesmo, a escola desempenha um importante papel quando, através das informações corretas, garante e protege o desenvolvimento natural da sexualidade.
O individuo é resultado de sua formação, de seu tempo, de sua família, de suas experiências, crenças, religiões, dos seus conceitos, dos livros que leu, dos filmes que assistiu. Portanto é um ser essencialmente subjetivo, por esse motivo é pertinente que a escola desenvolva um trabalho de orientação sexual que possibilite a criança o entendimento das transformações que vão ou estão ocorrendo em seu corpo, de uma forma natural e sem tabus.
Hoje, muitas famílias não sabem como assumir o seu papel na educação dos seus filhos. É na tela da TV e da Internet, na mídia escrita e cantada, que a violência invade nossos lares e a privacidade das famílias diariamente, comprometendo e deseducando nossas crianças, tornando-as precocemente erotizadas, desestruturando a formação idealizada pelas famílias e educadores, e até destruindo sua formação moral.
Como combater tão forte adversário?
Se hoje a família tem dificuldades para cumprir seu papel na sociedade, que é de educar as crianças, o papel de pai e de mãe, perdeu-se em um mundo, onde se troca toda a atenção necessária, por tudo o que o crediário possa comprar. É isto que o capitalismo nos impõe. A família no século XXI mudou o seu modo de viver, no seu núcleo, a figura da mulher que antes tinha a santificada tarefa de educar os filhos, de acompanhar passo a passo sua infância e adolescência, orientá-los diariamente em todas suas posturas e comportamentos, hoje já não existe mais, pois a mulher tomou seu lugar nesta sociedade capitalista e, está inserida no mercado de trabalho, passando longos períodos fora do lar. Muitas têm dificuldades em relacionar o trabalho fora, com a jornada dupla da responsabilidade da casa e de educar os filhos, paralelamente a isto, mesmo com todo o modernismo, com toda a abertura dos temas sexuais em nossa sociedade, muitos pais tem dificuldade em abordar o tema sexualidade com os filhos, por uma questão de valores, de preconceitos, de tabu ou mesmo por vergonha.
Portanto o máximo que se vê são recados passados nas entrelinhas, no meio de frases como: “Tome cuidado”. “Não vá aprontar” ou através de comentários negativos sobre tantos fatos envolvendo outras garotas, que contrariam as expectativas da sociedade e da família. Mesmo que os pais não toquem diretamente no assunto, as garotas conhecem sua opinião. Não fazem perguntas, nem exprimem suas dúvidas. Sabe-se que a criança não nasce com tendências a se auto-educar, precisa de normas, limites, delimitações de espaços, regras, modelos e exemplos, para que este processo aconteça, o adolescente deve ser levado a refletir a respeito, deve conhecer suas possibilidades e limites com a ajuda de pais e educadores, mas com dados reais; não sob pressão e medo, resta-nos perguntar: Quem poderia suprir esta necessidade? Quem vai educar nossas crianças, para a sexualidade e para a vida?
Comenta Rosely Sayão (1997)
"(...) E quem são, afinal os responsáveis por uma educação sexual que permita uma visão consciente da sexualidade (...) claro que os primeiros e principais responsáveis são os pais (...) E quem são os adultos que, pelo menos em tese, deveriam aliar-se aos pais nessa difícil tarefa de educar? Os professores, claro!” Pág.: (269-281).
Torna-se necessário hoje à escola assumir tal responsabilidade, de educar estes cidadãos, o Educador cada dia mais, precisa estar preparado para esta árdua tarefa, um bom Educador deve ter o desejo de exercer cada vez melhor a profissão a que se dedica. Estar ciente da responsabilidade que carrega ajudando o aluno a fazer suas próprias descobertas. Nos dias de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite o conhecimento, mas sobre tudo, aquele que subsidia o aluno no processo de construção do saber. Somos seres sexuados, é natural do ser humano ser curioso, principalmente quando tange a este campo, a criança desde a mais tenra idade mostra sinais de curiosidade quanto à diferença, menino/menina. O tocar nos órgãos sexuais não tem nada de anormal, o educador precisa saber diferenciar a curiosidade da malícia, e estar ciente de que há necessidade de trabalhar este campo sem censuras, sem inibir a criança e sem criar fantasias a respeito. Tanto as crianças como os adolescentes precisam de apoio para vivenciar seus novos papéis, visando sua autonomia. Precisam de compreensão em seus possíveis fracassos, experiências próprias de vida para que na fase adulta possam se sair bem nas funções exigidas pela sociedade. Isto perpassa por todo um trabalho para se educar dentro dos valores e da sexualidade. Os conteúdos sobre a sexualidade devem ser concretos, contextualizados e trabalhados dentro da totalidade dos conhecimentos físicos, biológicos e espirituais. O professor deve primeiramente considerar o que o aluno já traz da família, mesmo que esse conhecimento não esteja de acordo com o científico exigido, pautado no senso comum, apresentando apenas aos educandos como informações. Temos a difícil tarefa de desmistificar este mito, este tabu. A educação sexual da criança depende da educação sexual do educador.
Criar um conceito positivo, de umas etapas belas e únicas da vida, que deve ser serenamente compreendida para ser plenamente vivenciada. Mostrar a construção histórica da adolescência, as diversas formas com que as sociedades tratam seus adolescentes, trabalhar algumas estatísticas sobre a população jovem e adolescente no mundo de hoje e dar oportunidades para debate sobre as dificuldades que os adolescentes passam neste período: crise com os pais, mudança nos papeis sociais, o apelo do mundo do trabalho, o consumismo, as experiências afetivas e as identificações com modelos sociais. Interpretar a rebeldia adolescente como uma etapa necessária à formação e a emancipação da personalidade jovem e madura. Dar informações gerais, que serão desenvolvidas nos temas seguintes, sobre as mudanças corporais e sociais dos corpos meninos e meninas.
Um dos maiores preconceitos e rótulos que pesam sobre os adolescentes é a concepção de que nessa idade esses meninos e meninas ficam insuportáveis, rebeldes, desleixados, agressivos, preguiçosos, estranhos. São chamados de “aborrecentes” até mesmo por educadores. Na verdade isto é um grande equívoco. Não é fato que as meninas e meninos nessa idade tornem-se tão “negativos’ e “pesados”. Esses são rótulos de uma sociedade que não sabe lidar adequadamente com seus adolescentes. Há uma certa facilidade em entender e conceituar o mundo infantil, mas no mundo adulto onde está inserida a juventude e a maturidade há profundas falhas e divergências na interpretação e significação da adolescência. Para isso é imprescindível ser profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo especificamente, mas também a metodologia e a didática eficiente na missão de organizar o acesso aos alunos. E não apenas saber de determinadas matérias, mas o saber ‘da e para a vida’, saber ser gente, com ética, dignidade, valorizando a vida, a saúde, o meio ambiente, a cultura, educar para a felicidade plena como ser humano. Outras palavras, muito mais que transmitir conteúdos das matérias curriculares, organizadas, programada para o desenvolvimento intelectual de humanidade é preparar, ensinar a ser cidadão, mostrar aos alunos seus deveres, e seus direitos. É preciso mostrar que existem deveres e que as responsabilidades sociais, devem ser cumpridas, por cada um, para que todos vivam com dignidade. A infância e a adolescência como um conjunto de mudanças corporais, psíquicas e sociais é um dos mais ricos e fecundos períodos da vida humana, e deve ser plenamente compreendia e vivenciada. Assim é importante que o professor trabalhe a sexualidade e os valores, fazendo seu aluno perceber o outro, perceber quem esta ao seu redor, tornando crianças que saibam a importância de respeitar a si e ao próximo.
Gente, estou pesquisando sobre este maravilhoso tema e resolvi dividir com todos algumas das informações que encontrei.
bjs espero que gostem.