quarta-feira, 8 de julho de 2009

AMOR E INTELIGÊNCIA


A religiosidade é inerente ao homem.
Sob as mais diversas formas e em todas as épocas, a Humanidade procurou relacionar-se com a Divindade.
Por muito tempo imperou a idéia de que Deus deveria ser temido.
O Criador era apresentado, por muitas tradições, como cioso e vingativo.
Jesus reformulou esse conceito, ao falar em um Pai amoroso e justo.
Convidado a indicar o maior mandamento da Lei Divina, Ele sentenciou: Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o Espírito.
E também amar ao próximo como a si mesmo.
É interessante anotar que, ao invés de um, o Cristo apresentou, de uma vez, dois mandamentos. Um fala em amor a Deus e o outro em amor ao próximo.
Isso prova que tais comandos são entrelaçados.
O amor ao próximo complementa o amor a Deus e vice-versa.
Segundo o Mestre Nazareno, Deus deve ser amado com todo o coração, toda a alma e todo o Espírito.
Percebe-se ser esse amor algo muito intenso e profundo, que reclama a criatura por inteiro.
O sentimento por si só não basta.
Quando se quer enfatizar o aspecto emocional, fala-se em coração.
Mas à Divindade não se deve dar apenas o coração.
Todo o Espírito necessita estar empenhado nessa relação.
Segundo o dicionário, um dos significados de Espírito é o conjunto das faculdades intelectuais. Cuida-se de uma acepção até certo ponto comum.
Muitas vezes se afirma que uma pessoa tem espírito.
Essa expressão indica que ela é inteligente, perspicaz, possui raciocínio rápido.
Conclui-se que o amor a Deus envolve razão, discernimento, intelecto.
O Espiritismo ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Não se trata de uma personalidade, à semelhança dos homens, mas de uma Consciência Cósmica. O apreço por uma personalidade humana, freqüentemente vaidosa, pode ser demonstrado por gestos exteriores.
Em relação à Consciência Cósmica, despida de características humanas, isso não se dá.
Como Deus é a Inteligência Suprema do Universo, o amor por Ele implica o esforço por desenvolver a própria inteligência. Assim, a religiosidade é incompatível com o cultivo deliberado da ignorância.
Deus brindou Suas criaturas com dons maravilhosos, os quais precisam ser valorizados.
O dom que distingue os homens do restante da Criação é a sua intelectualidade desenvolvida, a sua razão.
O amor a Deus pressupõe respeitar o Mundo e os seres que Ele criou.
E também, logicamente, o esforço para entender esse Mundo e as leis que o regem.
Tudo no Universo é progresso e metamorfose.
Espécies animais e vegetais, as sociedades e as leis humanas, tudo se altera e aperfeiçoa.
O papel de cada homem é colaborar nesse processo de aprimoramento.
Para isso, necessita burilar seu intelecto.
Ao crescer em entendimento e compreensão, enche-se de admiração pela grandeza e pela sabedoria Divinas.
Mas o amor ao próximo complementa o amor a Deus.
As faculdades desenvolvidas pelo estudo e a observação devem ser utilizadas em benefício do semelhante.
Assim, para bem cumprir o mandamento do amor, procure desenvolver sua inteligência.
Estude uma língua, faça um curso, leia um livro, ilustre-se.
Encante-se com as maravilhas que o cercam.
E utilize seus talentos em favor do próximo.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A parte que nos cabe




Certa vez ouvimos uma fábula que nos fez refletir acerca dos ensinamentos que continha. Tratava-se de um incêndio devastador que se abatera sobre a floresta.

Enquanto as labaredas transformavam tudo em cinzas, os animais corriam na tentativa de salvar a própria pele. Dentre os muitos animais, havia uma pequena andorinha que resolveu fazer algo para conter o fogo. Sobrevoou o local e descobriu, não muito longe, um grande lago. Sem demora, começou a empreitada para salvar a floresta. Agindo rápido, voou até o lago, mergulhou as penas na água e sobrevoou a floresta em chamas, sacudindo-se para que as gotas caíssem, repetindo o gesto inúmeras vezes. Embora não tivesse tempo para conversa fiada, percebeu que uma hiena a olhava e debochava da sua atitude. Deteve-se um instante para descansar as asas, quando a hiena se aproximou e falou com cinismo: Você é muito tola mesmo, pequena ave! Acha que vai deter o fogo com essas minúsculas gotas de água que lança sobre as chamas? Isso não produzirá efeito algum, a não ser o seu esgotamento. A andorinha, que realmente desejava fazer algo positivo, respondeu: Eu sei que não conseguirei apagar o fogo sozinha, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance. E, se cada um de nós, moradores da floresta, fizesse uma pequena parte, em breve conseguiríamos apagar as labaredas que a consomem. A hiena, no entanto, fingiu que não entendeu, afastou-se do fogo que já estava bem próximo, e continuou rindo da andorinha. Assim acontece com muitos de nós, quando se trata de modificar algo que nos parece de enormes proporções. Às vezes, imitando a hiena, costumamos criticar aqueles que, como a andorinha, estão fazendo sua parte, ainda que pequena. É comum ouvirmos pessoas que reclamam da situação e continuam de braços cruzados. De certa forma, é cômodo reclamar das coisas sem envolver-se com a solução. No entanto, para que haja mudanças de profundidade, é preciso que cada um faça a parte que lhe cabe para o bem geral. Reclamamos da desorganização, da burocracia, da corrupção, da falta de educação, da injustiça, esquecendo-nos de que a situação exterior reflete a nossa situação interior. Não há possibilidade de fazer uma sociedade organizada, honesta e justa se não houver homens organizados, honestos e justos. Em resumo, para moralizar a sociedade, é preciso moralizar o indivíduo, que somos cada um de nós, componentes da sociedade. Se fizermos a nossa parte, sem darmos ouvidos às hienas que tentarão desanimar a nossa disposição, em breve tempo teremos uma sociedade melhorada e mais feliz.


* * *


Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo? Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem? Se você deseja saber as respostas destas duas perguntas, leia O livro dos espíritos, de Allan Kardec. O Espírito São Luís responde a estas e a outras tantas perguntas propostas pelo Codificador.



Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A DIFÍCIL ARTE DE DIZER NÃO AOS FILHOS

Você costuma dizer "não" aos seus filhos? Considera fácil negar alguma coisa a essas criaturinhas encantadoras e de rostos angelicais que pedem com tanta doçura? Uma conhecida educadora do nosso País alerta que não é fácil dizer não aos filhos, principalmente quando temos os recursos para atendê-los.
Afinal, nos perguntamos, o que representa um carrinho a mais, um brinquedo novo se temos dinheiro necessário para comprar o que querem? Por que não satisfaze-los? Se podemos sair de casa escondidos para evitar que chorem, por que provocar lágrimas? Se lhe dá tanto prazer comer todos os bombons da caixa, por que faze-lo pensar nos outros? E, além do mais, é tão fácil e mais agradável sermos "bonzinhos"...
O problema é que ser pai é muito mais que apenas ser "bonzinho" com os filhos.
Ser pai é ter uma função e responsabilidade sociais perante os filhos e perante a sociedade em que vivemos.
Portanto, quando decidimos negar um carrinho a um filho, mesmo podendo comprar, ou sofrendo por lhe dizer "não", porque ele já tem outros dez ou vinte, estamos ensinando-o que existe um limite para o ter. Estamos, indiretamente, valorizando o ser.
Mas quando atendemos a todos os pedidos, estamos dando lições de dominação, colaborando para que a criança aprenda, com nosso próprio exemplo, o que queremos que ela seja na vida: uma pessoa que não aceita limites e que não respeita o outro enquanto indivíduo.
Temos que convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e provavelmente com muita "flexibilidade" ética, para não dizer desonesto. Caso contrário, como conseguir tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer "não" se nunca lhe fizeram crer que isso é possível e até normal? Não se defende a idéia de que se crie um ser acomodado sem ambições e derrotista. De forma alguma.
É o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida às vezes se ganha, e, em outras, se perde.
Para fazer com que um indivíduo seja um lutador, um ganhador, é preciso que desde logo ele aprenda a lutar pelo que deseja sim, mas com suas próprias armas e recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo, sempre, e de "mão beijada" Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso.
Estabelecer limites para os filhos, é necessário e saudável. Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer.
Mas já se teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando ouviram o primeiro não, fora de casa.
Por essa razão, se você ama seu filho, vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.
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O esforço pela educação não pode ser desconsiderado. Todos temos responsabilidades no contexto da vida, nas realizações humanas, nas atividades sociais, membros que somos da família universal.
Momento Espirita

quarta-feira, 17 de junho de 2009

AMOR ETERNO




- Você gosta do meu vestido? Perguntou uma menina para uma estranha que passava.

- Minha mãe fez para mim! Comentou com uma lágrima nos olhos.

- Bem, eu acho que é muito bonito. Mas me conte porque você está chorando, disse a senhora. Com um ligeiro tremor na voz a menina falou:

- Depois que mamãe me fez este vestido, ela teve que ir embora.

- Bem, disse a senhora, agora você deve ficar esperando por ela. Estou certa que ela voltará em breve.

- Não senhora, a senhora não entendeu. Meu pai disse que a mamãe está com meu avô, no céu. Finalmente, a mulher percebeu o que a criança estava dizendo e porque estava choramingando. Comovida, ajoelhou-se e, carinhosamente, embalou a criança nos braços. Acariciando-a, chorou baixinho com ela. Então, de repente, a menina fez algo que a mulher achou muito estranho: começou a cantar. Cantava tão suavemente que era quase um sussurro. Era o mais doce som que a mulher já tinha ouvido. Parecia a canção de um pássaro. Quando a criança parou de cantar, explicou para a senhora:

- Minha mãe cantou esta canção para mim antes de ir embora. Ela me fez prometer sempre cantar quando começasse a chorar, porque isso me faria parar. Veja, exclamou a criança, cantei e agora os meus olhos estão secos. Quando a mulher se virou para ir embora, a pequena menina se agarrou na sua roupa.

- Senhora, pode ficar apenas mais um minuto? Quero lhe mostrar uma coisa.

- Claro que sim, falou a dama. O que você quer que eu veja? Apontando para uma mancha no seu vestidinho, a menina falou:

- Aqui está a marca onde minha mãe beijou meu vestido. E aqui, disse, apontando outra mancha, é outro beijo, e aqui, e aqui. A mamãe disse que colocou todos esses beijos em meu vestido para que eu sempre tenha seus beijos se algo me fizesse chorar. Naquele momento a senhora percebeu que não estava apenas olhando para uma criança, cuja mãe sabia que iria partir e que não estaria presente, fisicamente, para beijar as lesões que a filha viesse a ter. Aquela mãe havia gravado todo seu amor no vestido da sua pequena e encantadora criança. Vestido que agora a menina usava tão orgulhosamente. A mulher já não via apenas uma pequena menina dentro de um simples vestido. Via uma criança embrulhada no amor de sua mãe.


***


A morte a todos alcança. Preparar-se para recebê-la com dignidade, preparando igualmente os que permanecerão na terra por mais tempo, demonstra altruísmo e grandeza de alma. Como Jesus nos afirmou que nenhum de nós sabe exatamente a hora em que terá que partir, importante que distribuamos o nosso amor e vivamos as nossas vidas em totalidade. Assim, quando tivermos que partir, as lembranças do que fomos e do que fizemos, aquecerão as almas dos nossos amores, amenizando o vazio da nossa ausência física.

Pensemos nisso!


Redação do Momento Espírita, baseado em texto de autor desconhecido intitulado:

"Amor eterno".

sexta-feira, 27 de março de 2009

Sem Deixar Para Amanhã





"A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas."

Leo Buscaglia


A vida sempre surpreende. Ou talvez se deva dizer que a morte surpreende a vida? Afinal, ela sempre aparece em momento inoportuno. Quando estamos para nos aposentar e gozar do que consideramos um merecido descanso. Ou quando estamos nos preparando para o casamento. Ou, ainda, quando acabamos de passar por um concurso que nos garantiria uma carreira de sucesso. Por isso mesmo, nunca devemos deixar para amanhã as declarações de afeto. Por vezes, tivemos um professor que nos influenciou muito e realmente deu sentido, propósito e direção à nossa vida. Entretanto, nunca reservamos um tempo para lhe agradecer. De repente, ele morre e ficamos a pensar: "meu Deus, ao menos eu deveria lhe ter escrito uma carta." De outras, brigamos com alguém e punimos a pessoa com nosso silêncio. Passam-se os dias, os meses, os anos. E continuamos com a punição. Aí a pessoa morre. O que acontece? Quase sempre o remorso nos alcança e começamos a cogitar: "eu devia ter falado com ela." Para compensar a nossa culpa, vamos à floricultura e compramos muitas flores, para enfeitar o caixão, a sala mortuária, o túmulo. Teria sido muito mais compensador ter comprado algumas flores antes, um pequeno ramalhete e ter tentado fazer as pazes. Reatar a afeição. É até possível que a pessoa rejeitasse as flores, as jogasse no chão. E nos desse as costas. Mas, então, o problema não seria mais nosso, mas exclusivamente dela. Um dos exemplos mais comoventes a respeito do arrependimento por deixar para depois, nos vem de uma carta escrita por uma jovem americana ao namorado. É mais ou menos assim: "lembra-se do dia em que eu pedi emprestado seu carro novo e o amassei? Achei que você ia me matar, mas você não me matou. Lembra-se de quando eu o arrastei para ir à praia, e você disse que ia chover, e choveu? Pensei que você fosse dizer: ‘eu não a avisei?’, mas você não falou. Lembra-se da época em que eu paquerava todos os rapazes para lhe fazer ciúmes, e você ficava com ciúmes? Achei que você fosse me deixar, mas você não me deixou. E quando deixei cair torta de amora nas suas calças novas? Pensei que você nunca mais fosse olhar para mim, mas isso não aconteceu. E quando me esqueci de lhe dizer que o baile era a rigor, e você apareceu de jeans? Achei que você fosse me bater, mas você não me bateu. Havia tantas coisas que eu queria fazer para você quando você voltasse do Vietnã... Mas você não voltou..."


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Não permitamos que a morte arrebate a chance de dizermos o quanto amamos as pessoas. O quanto elas são importantes para nós. Pode ser uma avó, um irmão, um amigo. Não necessariamente somente pessoas do círculo familiar. Aprendamos a esboçar gestos de amor e a dizer palavras que alimentam a alma do outro. Mesmo que um dia alguém nos tenha dito que não é bom o outro saber que o amamos, porque se aproveitará de nós. Mesmo que outro alguém tenha insinuado que parecemos tolos quando ficamos afirmando a intensidade do nosso amor, da nossa amizade e da nossa ternura. O ser mais perfeito que andou pela Terra, o Mestre Galileu, não temeu demonstrar amor e dizer: "amai-vos como eu vos amei."


Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. "O Casulo e a Borboleta", do livro O Túnel e a Luz, de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Verus.

terça-feira, 24 de março de 2009

PROJOVEM TRABALHADOR




O Programa Nacional de Inclusão de Jovens “Projovem Trabalhador” foi concebido pelo Governo Federal, com o objetivo de Ampliar o atendimento dos jovens excluídos da escola e da formação profissional. O programa permitirá que os jovens sejam reintegrados ao processo educacional, recebam qualificação profissional e tenham acesso a ações de cidadania, inserção no mundo do trabalho, esporte, cultura e lazer.
O Projovem Trabalhador – Juventude Cidadã – beneficiará jovens de 18 a 29 anos que estejam em situação de desemprego e sejam membros de família com renda mensal per capita de até um salário mínimo, que, em virtude de suas condições socioeconômicas, têm maior dificuldade de inserção na atividade produtiva, ou seja, de maior vulnerabilidade frente ao mundo do trabalho e que:
I – Estejam cursando ou tenham concluído o ensino fundamental; ou
II- Estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio, e não estejam cursando ou tenham concluído o ensino superior;

Os Arcos Ocupacionais pré estabelecidos pelo município de Várzea Grande, são: Administração, Beleza e Estética, Construção e Reparos ( Revestimento e Instalações), Metal mecânica, Pesca e Piscicultura, Telemática e Vestuário.
Total de 500 metas (jovens) de qualificação profissional para o município de Várzea Grande – MT, com o objetivo de inserir 150 (jovens) no mercado de trabalho.


Maria Fernanda Figueiredo

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Uma Ocasião Especial





A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.

"Thomas Hardy"


Era com muita dor que aquele homem retirava do guarda roupas um frasco de perfume francês com o qual presenteara sua esposa quando da sua última viagem ao exterior. Isto, disse ele, é uma das coisas que ela estava guardando para uma ocasião especial. Bem, acho que agora é a ocasião, falou demonstrando profunda amargura. Segurou o frasco com carinho e colocou-o na cama junto com os demais objetos que havia separado para levar à funerária. Olhou consternado para os pertences guardados, fechou a porta do armário, virou-se para os demais familiares que estavam com ele e disse-lhes com voz embargada: "Nunca guardem nada para uma ocasião especial, já que podemos criar a cada dia uma ocasião muito especial." Independente do valor e do significado dos objetos, muitos de nós temos os nossos guardados para ocasiões especiais. São as peças presenteadas por ocasião do casamento, roupas adquiridas para esse fim, salas reservadas para essas circunstâncias. Alguns de nós chegamos a ficar neuróticos só de pensar em deixar os filhos brincar na sala de visitas, pois temos que preservá-la intacta para uma ocasião especial, para receber visitas especiais, como se eles não o fossem. São todas essas coisas que perdem totalmente o valor quando a ocasião especial é a do funeral de um ente querido. Um filho que se vai, sem que o tenhamos deixado tomar café naquela xícara rara que herdamos da nossa bisavó. O esposo que se despede sem poder contemplar a esposa vestindo a lingerie nova que lhe deu de presente no último aniversário de casamento. No campo dos sentimentos também costumamos fazer as nossas economias para ocasiões especiais. É aquela frase mágica que estamos guardando para dizer num dia muito especial... Uma declaração de amor que estamos preparando para dizer quando as circunstâncias forem propícias... Um gesto de carinho que evitamos hoje, por julgar que a pessoa ainda não está preparada para receber. Um pedido de perdão que estamos adiando para um dia que nunca chega... A carta a um amigo que não vemos há tempos, pedindo notícias. A conversa amistosa com alguém que nos considera um inimigo, a fim de esclarecer dúvidas e resolver pendências, enquanto estamos a caminho, como aconselhou Jesus. Enfim, pensemos que cada dia, é um dia especial. Cada hora é uma hora muito especial... Cada segundo, é um tempo especial para se criar uma ocasião perfeita e fazer tudo o que deve ser feito. Não vale a pena economizar as coisas boas. É preciso viver intensamente cada fração de tempo que Deus nos permite estar em contato com as pessoas que nos rodeiam. .


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As palavras de carinho que deixamos de dizer... As promessas que deixamos de cumprir... As flores que deixamos de ofertar... A mensagem de esperança que não espalhamos... De tudo isso poderemos nos arrepender amargamente quando, numa ocasião especial, estivermos partindo deste mundo, ou nos despedindo de alguém que parte.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Espera dos Pais


"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco."
Edmund Burke

A dama da alta sociedade costumava desfilar, em sua carruagem de luxo, pelas ruas de São Francisco, sob olhares de admiração e inveja. Um dia, os jornais publicaram o falecimento de uma tia e ela, obedecendo às convenções sociais, teve que permanecer no lar por uma semana. Indignada por ter que ficar sete dias dentro do enorme palácio, buscou o marido, então Governador do Estado, e esse a fez lembrar-se de que poderia passar os dias brincando com o filho. Ela gostou da idéia. Adentrou a ala esquerda do palácio, que tinha sido liberada para o pequeno príncipe, que vivia rodeado por profissionais de diversas nacionalidades, a fim de lhe ensinarem idiomas e costumes de outros povos. Quando o pequeno Leland avistou a mãe, exultou de felicidade e lhe perguntou por que ela estava ali, naquele dia e hora não habituais. Ela lhe contou o motivo e ele, feliz, lhe perguntou quantas tias ainda restavam. Leland estava ao piano tocando uma balada que aprendera com sua babá francesa. A mãe, impressionada, ficou ouvindo, por alguns instantes, aquela balada que lhe pareceu um tanto melancólica. Pediu ao filho que cantasse, ele cantou. Falou-lhe para que a traduzisse e ele a traduziu. Era a história de um menino que era levado pela sua mãe todos os dias até à praia, de onde ficavam olhando o pai desaparecer na linha do horizonte, em seu barco pesqueiro. Todos os dias a cena se repetia, até que um dia, o barco do pai não retornou. A mãe conduziu o filho novamente à praia e lhe pediu que ficasse esperando, pois ela iria buscar o marido. Adentrou no mar e o filho ficou esperando na praia, pelo pai e pela mãe, que jamais retornaram. A balada comoveu a grande dama. Falou ao filho que era muito triste. Ele respondeu que cantava porque se identificava com o menino da praia. A mãe não entendeu em que consistia a semelhança e retrucou ao filho: Você tem tudo. Não lhe falta nada. Tem mãe e pai e é herdeiro de um dos homens mais importantes deste Estado. Leland respondeu com melancolia: Mas o papai adentrou há muitos anos no mar dos negócios e nunca o posso ver. Você o seguiu e eu fiquei aqui à espera de um retorno que nunca acontece. Como você pode perceber, minha história é muito semelhante à do menino solitário da praia. Daquele dia em diante, a dama passou a conviver mais com o filho de onze anos a quem não conhecia e, por esse motivo, aprendeu a amá-lo. A convivência estreita com a mãe trouxe a Leland um brilho novo. Por algum tempo a vida lhes permitiu desfrutar da alegria do afeto mútuo, das experiências vividas, um em companhia do outro. Fizeram uma longa viagem de navio e Leland adoeceu. A mãe fez tudo o que podia para lhe salvar a vida, mas foi tudo em vão. O navio retornou e Leland não pode mais contemplar a mãe com os olhos físicos. Todavia, naquele breve tempo de convívio, o menino ensinou à mãe outros valores. Ela construiu orfanatos e outras obras de assistência para a comunidade carente. Leland não herdou a fortuna dos pais, mas a fortuna rende frutos até hoje, junto à sociedade daquele Estado. Dentre elas, a Universidade Stanford.
* * *
Não há motivo que justifique o abandono dos filhos por parte dos pais. Não há filhos que aceitem, de boa vontade e em sã consciência, trocar o afeto dos pais por qualquer outro tesouro. Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Divaldo Pereira Franco

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009





Antes de ser mãe, eu fazia e comia os alimentos ainda quentes.

Eu não tinha roupas manchadas, tinha calmas conversas ao telefone.

Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria, Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.

Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentesAntes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia.

Eu não tropeçava em brinquedos e nem pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe, eu não me preocupava: Se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas então, eram coisas em que eu não pensava.

Antes de ser mãe, ninguém vomitou e nem fez xixi em mim, Nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.

Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos, e dormia a noite toda.

Antes de ser mãe,eu nunca tive que segurar uma criança chorando, para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.

Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.

Nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.

Nem fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.

Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança, só por não querer afastar meu corpo do dela. Eu nunca senti meu coração se despedaçar, quando não pude estancar uma dor.

Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina, pudesse mudar tanto a minha vida e que pudesse amar alguém tanto assim.

E não sabia que eu adoraria ser mãe.

Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação, de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.

Não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.

E não imaginava que algo tão pequenino, pudesse fazer-me sentir tão importante.

Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite toda , cada 10 minutos, para me certificar de que tudo estava bem.

Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.

Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus, Por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.

Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe!

Autor: (Silvia Schmidt)


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Que Importa.




Não importa:
que a ventania da incompreensão nos zurza o caminho;
que a ignorância nos apedreje;
que a injúria nos aponte ao descrédito;
que a maledicência nos receba a jarros de lama;
que a intriga nos envolva em sombra;
que a perseguição nos golpeie;
que a crítica arme inquisições para condenar-nos;
que os obstáculos se multipliquem, complicando-nos a jornada;
que a mudança de outrem nos relegue ao abandono;
ou que as trevas conspirem incessantemente, no objetivo de perder-nos.
Importa nos agasalhemos na paciência;que nos apliquemos à desculpa incondicional;que nos resguardemos na humildade, observando que só temos e conseguimos aquilo que a Divina Providência nos empreste ou nos permita realizar;que nos cabe responder ao mal com o bem, sejam como sejam as circunstâncias;e que devemos aceitar a verdade de que cada coração permanece no lugar em que se coloca e que, por isso mesmo, devemos, acima de tudo, conservar a consciência tranquila, trabalhar sempre e abençoar a todos, procurando reconhecer que todos somos de Deus e todos estamos em Deus, cujas leis nos julgarão a todos, amanhã e sempre, segundo as nossas próprias obras.
Emmanuel

In: 'Coragem' - Francisco Cândido Xavier