quinta-feira, 29 de maio de 2008

Quando os Filhos Crescem

"O que os pais dizem a seus filhos não é ouvido pelo mundo, mas ecoará pela posteridade."

Jean Paul Richter


Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem pequenos e frágeis os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais nos finais de semana nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
Ontem estavam no banco de trás do automóvel, hoje estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
Tempos que não retornam a não ser na figura dos netos que nos compete esperar.
Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.
Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.
Não economizemos abraços, carícias, atenções porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
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A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
Em essência, as crianças aprendem o que vivem.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no artigo da revista Seleções de setembro/98, "Antes que elas cresçam".


5 comentários:

Unknown disse...

É, com o neto tenho mais tempo pra curtir, se bem que olho para o filho e ainda enxergo o meu menino lindo, só que um pouco maior,rsrsrs...
Mãe é boba mesmo.
Beijos

Lola disse...

Obrigada pela visita!!!
Eu estou "tentando aprender" a soltar os filhos... Tenho um menino de 14 anos que é mais alto que eu e tenho dificuldades em deixá-lo sair só. Já consegui deixá-lo sair do condomínio para andar de skate! Imagina a minha menina de 9? Ela está feliz porque a deixei ir a uma lojinha na rua de casa :)... Estou aprendendo, mas, como é difícil no mundo de hoje!!!
Beijos.

Maria Fernanda disse...

Filhos nunca cresce para os pais Jeanne.
Bjs querida


Não é fácil mesmo lola, não tenho filhos ainda, mais consigo imaginar sua preocupação.
Bjs querida.

Anônimo disse...

Oi Maria Fernanda, tudo bem? Obrigado pela visita carinhosa no meu blog, seja sempre bem-vinda. Achei bem legal e interessante sobre o que falou de estar grávida espiritualmente, no físico vc já esta grávida ou ainda não? Pelo jeito ele ou ela vai ter uma mãezona, acho que nem vai querer esperar os 9 meses, rs. Belo texto postado, é uma grande responsabilidade que temos nas mãos de cuidar de um filho(a) e conduzi-lo no melhor caminho, ensinando o bom proceder e agir sempre com amor. Desejo a vc e família muitas felicidades e continue aprendendo, vivendo e crescendo espiritualmente. Se cuida. Tenha uma excelente semana. Fique com Deus. Beijão no coração

Vitória disse...

Obrigada pela visita ao meu blog(Reclinada).
Tamb�m fui educadora,dei aulas e me aposentei por doen�a h� 4 anos atr�s.
Amei dar aulas e tbm me considerava como tu educadora de "almas"..nesse tempo eu era fervorosa com a religi�o-crist� e com muitos ideais de evolu�ao...
Fico feliz de ver que h� sempre algu�m continuando esse caminho...o de proteger e educar as crian�as...s�o a �nica esperan�a da terra.
Parab�ns.
Quanto aos filhos...cada um ,creio ainda,tem uma miss�o neste local...a terra,e creio que vim aprender rapidamente o DESAPEGO...� for�a....hoje posso dizer,que n�o me apego nem aos filhos...j� foram para viver a vida deles e n�o precisam de mim...ainda bem...� menos um peso...ainda amo a minha m�e com apego e receio perd�-la...mas aprenderei como tds n�s a quebrar e a desatar os n�s desta exist�ncia...desculpa ter-me alargado....os teus posts me deram q pensar muitooooo...kkkk...