terça-feira, 25 de março de 2008

Escola tem jegue que é biblioteca ambulante


Um jegue, conhecido por ser uma espécie de biblioteca ambulante, tem chamado a atenção dos moradores de Alto Alegre do Pindaré, no interior do Maranhão, informa hoje o Jornal Nacional.
Iniciativa de uma escola da região, o animal, batizado de "jegue-livro", transporta livros em duas cestas coloridas e é recebido pelas pessoas que querem ler as obras que ele carrega.
A escola é uma das iniciativas de sucesso destacadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Fundo da ONU para a Infância (Unicef), localizadas em regiões pobres e que passam a servir de referência.
Segundo a diretora da escola, a chegada do jegue-livro já provocou mudanças nos alunos como melhora no aprendizado da língua, da escrita e aumento de interesse. Ela informou que o animal é inteligente porque carrega saber, conhecimento e sabedoria com os livros.

Redação Terra

domingo, 23 de março de 2008

Obá!!!!!






Adorei os selinhos que ganhei da http://taniadefensora.blogspot.com/ .






Obrigada por vc lembrar sempre de mim.
bjs

O Palácio Maravilhoso


Conta-se que certa vez, um rei do Iêmen, chamado Hiamir, chamou um dos seus ministros e disse-lhe: "quero fazer longa viagem à Tiapur, uma região longínqua, pobre e triste, árida e sem conforto. Determino que vá antes de mim, e logo que lá chegar, mande que seja construído um magnífico palácio, com largas varandas de marfins e pátios floridos. Nesse palácio ficarei hospedado durante uma temporada, com tranqüilidade e conforto." O Vizir respondeu humildemente: "escuto e obedeço, ó rei." Dias depois o Vizir partiu, em uma caravana com numerosos camelos carregados de ouro. Ao chegar à cidade o Vizir ficou desolado com o estado de abandono em que se achava o povo. Encontrou pelas estradas crianças famintas e centenas de infelizes, morrendo de inanição. Os quadros de miséria e sofrimento que se desenrolavam, a cada passo e a todo instante, torturavam o coração do poderoso ministro. Ele trouxera mais de trinta mil dinares, que deveriam ser gastos na construção de um grandioso palácio! Que fez o Vizir? Levado por um impulso irresistível, em vez de executar a ordem do rei, resolveu gastar o dinheiro que trazia, beneficiando a infeliz população. Mandou construir abrigos para os desamparados. Distribuiu mantimentos entre os mais necessitados. Determinou que todos os enfermos fossem, sem demora, medicados e forneceu pão aos que padeciam fome. Ao fim de alguns meses, notava-se uma transformação completa da cidade. Os homens haviam voltado ao trabalho e por toda a parte reinava a alegria. As crianças brincavam nos pátios e as mulheres cantavam nas portas das tendas. E do palácio maravilhoso, encomendado pelo rei, nada existia... Quando o rei Hiamir chegou a Tiapur foi recebido por uma grande manifestação de júbilo da população. "Sinto-me feliz" - confessou o monarca - "por saber que sou sinceramente estimado pelos meus súditos. Mas onde está o palácio de Tiapur?" Perguntou. "Antes de falar do palácio, ó rei, tenho um pedido a lhe fazer." Disse-lhe o Vizir. "Segundo as leis, aquele que o desobedecer, praticando um abuso de confiança, deve ser condenado à morte. Pois, houve, ó rei, um homem de sua confiança que praticou tal delito. Espera-se que seja determinada a execução do culpado sem demora." Disse o Vizir serenamente. "Quem é o acusado?" Questionou o rei. "O criminoso sou eu." Disse o Vizir sem hesitar. E sem ocultar a menor parcela da verdade, o Vizir descreveu a miséria em que se encontrava o povo. Por fim, confessou que, penalizado diante de tanto sofrimento, em vez de construir o palácio real, resolveu gastar os recursos que lhe foram confiados para mudar a triste sorte da população. "Não cumpri a ordem recebida, por isso aguardo o castigo de que me fiz merecedor." Concluiu. "Levante-se, meu amigo." Ordenou emocionado o rei. "Vejo que seu trabalho é responsável pela edificação do mais belo dos palácios que já conheci. Vejo as torres cintilantes nas fisionomias alegres das crianças; admiro as largas varandas de marfim no sorriso radiante dos meus súditos; reconheço os pátios floridos no olhar de gratidão das mães felizes. Como é majestoso e belo, ó Vizir, o palácio que a sua bondade fez se erguer nas terras de Tiapur." ............... Cada um é responsável pela destinação que der à riqueza que lhe for confiada, seja ela representada por recursos materiais ou por aptidões profissionais. Cada qual, pelo uso de seus próprios talentos, é capaz de alterar o mundo, distribuindo alegrias ou acumulando dores.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nas pp. 109-114, do livro os Melhores contos, de Malba Tahan, ed. Record, 2002.

domingo, 16 de março de 2008

Ajude a salvar essa vida

A Cristiane Fetter postou uma informação muito importante e pediu ajuda dos amigos. Estou linkando a matéria, click aqui .

Muito obrigado.

Gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência é um problema comum em vários países e não é exclusivo das camadas mais pobres da sociedade. No entanto, em países de terceiro mundo chama mais a atenção pela crueldade que o tema envolve. Seja pelas tentativas toscas de aborto ou pela vida precária que alguns bebês terão que enfrentar por causa da falta de recursos da mãe. A falta de apoio das adolescentes que não têm como se sustentar e são abandonadas pela família e parceiro é um agravante. A Casa da Menina Mãe I, localizada no centro de São Paulo, abriga meninas recolhidas por assistentes sociais com histórias marcantes.Foi difícil entrar na instituição. Mesmo tendo feito, dias antes, uma difícil negociação da visita com a assistente social, a entrada é bloqueada por uma das funcionárias que cuida das meninas menores grávidas. Vários olhos arregalados espiavam pela janela. Essa situação, com a decadência do centro de São Paulo como pano de fundo, gerou um clima pesado. Era possível sentir a tensão no ar. No dia seguinte, a explicação: uma das meninas foi ameaçada pelo pai da criança e todos estavam apreensivos.O número de gestantes oriundas das classes mais pobres é maior porque elas não têm grandes expectativas e vêem no filho alguma esperança para mudar de vida. Esse fato, somado a tantos outros, fazem com que a quantidade de menores grávidas continue grande, mesmo com as inúmeras campanhas de conscientização.A pesquisa Gravad realizou em 2006 uma enquete domiciliar com 4.634 jovens, de 18 a 24 anos e de ambos os sexos, em três capitais do país (Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre). Em relação à gravidez na adolescência (até os 20 anos incompletos), os dados indicam que pelo menos um episódio reprodutivo foi relatado por 29,6% das mulheres e 21,4% dos homens.A maioria dos entrevistados (70%) declarou uso de proteção e/ou contracepção na primeira relação sexual. Essa taxa decai com o decorrer do relacionamento, uma vez que os parceiros "ganham confiança" entre si. INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA atualmente, com a conscientização do uso de contraceptivos, a ingenuidade das adolescentes é uma das principais causas da gravidez. Mesmo conscientes do risco, depositam toda a confiança nos parceiros. Esse é o caso de Carla (nome fictício). A moradora da Casa da Menina Mãe I tem 17 anos e uma filha de seis meses. Ela conheceu um advogado de 43 anos em um barzinho na Praça da Árvore. Carla* encontrou nele o carinho que não tinha em sua casa e foi morar com o homem. Apaixonada, engravidou, mas o advogado afirmou que o filho não era dele e a expulsou de casa. "Fui enganada por um homem que dizia gostar de mim", diz ela. "A criança é parecidíssima com ele e agora estou aqui no abrigo esperando decisão do juiz."As internas se mostram muito bravas no primeiro contato, olham torto e fazem cara feia. Desconfiadas, algumas se escondem. Elas conversam como se estivessem sendo forçadas e contam muitas histórias chocantes propositalmente. Como quando foram presas vendendo drogas e como é cruel a vida na rua. Tudo isso com muita naturalidade, atentas à reação do ouvinte. No entanto, com a visita constante, elas tiram a máscara e se mostram adolescentes normais. A falta de carinho e abandono da família fazem tanta falta na vida delas que em pouco tempo criam um laço afetivo muito forte com qualquer pessoa que lhes dê atenção. Elas contam suas histórias com o maior prazer, pedem para carregar seus filhos, mostram fotos e roupas ganhas.A assistente social conta que a falta da família cria um forte laço com a criança. Mesmo que o filho não fosse desejado, ele acaba sendo a coisa mais importante em suas vidas. Um exemplo é o caso de July (nome fictício), 17. "Conheci o pai da minha família e engravidei, mas eu não aceitava. Tomei de tudo para abortar minha filha, mas não consegui. Quando minha mãe descobriu, me botou na rua. Fui morar na casa de uma amiga. Fiquei trabalhando lá, depois voltei para a casa da minha mãe", conta a menina, que chegou a estudar em colégio interno. "Minha mãe jogava tudo na minha cara. Falava que não ia aceitar a minha filha e eu só chorava, tentando me matar. Tinha dias que eu dormia no quintal da casa porque minha mãe não queria abrir a porta para mim." Ela procurou ajuda, foi parar na Casa da Menina Mãe I e desabafa: "hoje, quando vejo o rostinho da minha filha sorrindo para mim, me arrependo de ter tomado várias coisas para abortá-la. Estou muito feliz e grata a Deus por ter me dado uma filha linda e com muita saúde. Não guardo mágoas da minha mãe, a amo como minha filha".

quarta-feira, 12 de março de 2008

Momento de Refexão

"Os espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo - mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam."

Allan Kardec

quinta-feira, 6 de março de 2008

Maria - Sem - Vergonha de ser Mulher.

MARIA DA PENHA inspirou a legislação que criminaliza as agressões (Foto: Alex Costa)

Já são tantas. Milhares. Milhões.

Uma verdadeira Rama, florescendo por todo o planeta. Lilás.

São Maria - sem - vergonha de ser mulher.

Não são só florzinhas.

São mulheres se agrupando, Misturando suas cores, gritando seus encantos, Exibindo suas verdades.

São domésticas, bailarinas, médicas, estudantes, bancárias, Professoras, escritoras, garis, brancas, negras, índias,Meninas...

São sem vergonha de lutar,Acreditar, denunciar, exigir, reivindicar, sonhar...

São sem vergonha de dizer Que ainda falta trabalho, sálario digno, respeito...

Que ainda são vítimas de violência física, Da porrada, do assédio, do estupro, do aborto, Da prostituição, da falta de assistência...

São Maria - sem - vergonha de se indignar Diante do preconceito, da escravidão, da injustiça, Da discriminação aos seus cabelos pixaim e à sua pele negra...

São Maria - sem - vergonha de brigar por creches, Meio ambiente, pelo direito de ter ou não ter filhos...

São Maria - sem - vergonha de ficar bonita, Pintar a boca e da sua boca soltar um beijo Que não vem de sua boca, mas de seu ser inteiro,Indivisível, solidário.

São Maria - sem - vergonha de dizer NÃO, de buscar Alegria, prazer...

Sem vergonha de se cuidar, De usar camisinha e de se apaixonar. Atrevidas, Maria - sem - vergonha de decidir, fazer política, Escolher e ser escolhida.

São essas sem vergonha que A cada tempo mudam a história, Comquistam direitos, dão a vida. Geram outras vidas insistentemente.

Desavergonhadamente vão tecendo de cor e beleza, O desbotado das relações humanas, Sem medo, sem disfarce, sem vergonha de ser feliz Vão parindo com dores e delícias um novo mundo Pra mulheres e homens Um novo mundo pra "comunidade dos seres"

Autora: Nanci Silva

Demorei, mas consegui.

Particulariedades:

Primeira: Adoro criança, se puder queria ter 10 filhos.
Segunda: Gosto muito de falar, as vezes até me atrapalha essa minha particularidade.
Terceira: Adoro cozinhar, organizar uma casa, adoro atividades do lar em geral.
Quarta: Dançar e cantar e comigo mesmo, adoro fazer festa.
Quinta: Adoro ser professora.
Sexta: Gosto de sair não importa a hora nem o lugar eu gosto mesmo é de passear.
Cristiane minha querida muito obrigada.
bjs

Obá! Meme.



Fui indicada pela http://taniadefensora.blogspot.com/ para receber esse selo:Assim nomeio dois blogs com excelentes conteúdos:

As regras são:

Fazer um post divulgando o meme;
Indicar em seu post;
3 blogs que considere ter o melhor conteúdo no Brasil;
Colocar um link de participação do meme apontando para este post.
Obrigada querida Tânia pelo carinho.
bjs no seu lindo coração.

Descubra quando a cólica menstrual se torna uma doença.

Todo mês, cada menstruação é sinônimo de sofrimento e muita dor. Uma cólica que deixa de cama e não melhora com medicação alguma. Algumas vezes essa dor se prolonga para períodos entre menstruações ou mesmo durante o ato sexual, principalmente em penetrações profundas.
Sempre que menstrua, a mulher elimina o tecido que reveste internamente o útero - o endométrio. No entanto, uma parcela desse tecido é eliminada através das trompas, para dentro do abdome da mulher. "Essas células são eliminadas pelo sistema imunológico feminino, mas cerca de 20% das mulheres conseguem efetivar essa eliminação", explica o ginecologista Marco Aurélio Pinho de Oliveira, presidente da Comissão de Laparoscopia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Estimulado mensalmente pela menstruação, esse tecido vai se alojando e funciona como um 'corpo estranho', em constante crescimento no corpo da mulher. A cada mês, ao crescer, ele provoca uma inflamação ao redor de si, o que resulta na sensação de dor no período menstrual. Conhecida como endometriose, essa doença é normalmente confundida com cólicas menstruais e pode trazer danos irreversíveis à saúde da mulher se não tratada. "A doença pode lesar órgãos internos e, em alguns casos, levar à falência dos rins, por exemplo", comenta Marco Aurélio.
Ele salienta ainda que a mulher moderna, que engravida menos e mais tardiamente, menstrua mais vezes ao ano e acaba tendo mais chances de desenvolver a doença. "Pode-se dizer que a menstruação é uma incompetência feminina em engravidar naquele determinado ciclo menstrual. Com o advento das pílulas contraceptivas, a mulher vem menstruando cada vez menos. Mas é importante lembrar que o corpo da mulher não foi programado para menstruar com tanta freqüência e ela acaba pagando um preço alto por isso", explica Marco Aurélio.Outro agravante da doença é o alto índice de infertilidade feminina. "Estima-se que entre 40 e 70% das mulheres inférteis o sejam em função de uma endometriose", comenta Marco Aurélio. "Alguns casos podem ser reversíveis, mas é importante que a doença seja diagnosticada o mais cedo possível", complementa o ginecologista Maurício Simões Abrão.
Segundo o médico, o tempo entre o início das queixas e diagnóstico é de aproximadamente sete anos. "A idade média de diagnóstico na mulher é de 32 anos, mas ela começa a sentir os sintomas cerca de sete anos antes. É senso comum que sentir dores fortes e mensais durante a menstruação é normal e isso acaba fazendo com que o diagnóstico seja tardio", informa Maurício.
Serviço:Marco Aurélio Pinho de Oliveira - ginecologista
Telefone: (21) 3431-3491www.endolap.com.br
Maurício Simões Abrão - ginecologista
Telefone: (11) 5182-8205 www.endometriose.net

sábado, 1 de março de 2008

4 mitos da dislexia


Existe uma espécie de fantasma que assombra as salas de aula brasileiras. Ele atende pelo nome de dislexia e é coresponsável pelas dificuldades de milhões de crianças, sobretudo nas séries iniciais. Mas será que ela é a causa de tantos problemas de aprendizagem? É quase consenso que esse distúrbio é um grande obstáculo que impede o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita. Especialistas ouvidos por NOVA ESCOLA, no entanto, discordam da análise. “Ela tem sido usada para justificar o fracasso escolar e a evasão e, com isso, muitos tiram o foco da baixa qualidade do ensino, deixando os alunos como os únicos responsáveis pelas deficiências da escola”, avalia Telma Weisz, doutora em Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento e uma das autoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.
Grande parte dos estudantes que escrevem as letras invertidas na alfabetização ou cometem erros de ortografia age assim porque essas ocorrências são normais no processo de aquisição da linguagem escrita. Da mesma forma, o pouco interesse pela leitura e pela escrita pode ser visto como doença – ou reflexo da falta de contato com material impresso e das poucas oportunidades para ler e escrever no dia-a-dia. E as causas genéticas e emocionais da dislexia? Se você prefere rotular seus alunos em vez de se interessar pela forma como ele apreende conhecimentos, não há muito a fazer. Se, contudo, você prefere acreditar que todos podem se desenvolver do ponto de vista cognitivo e intelectual, vai concordar que essa é uma das formas mais cruéis de barrar os avanços porque acaba por envolver também as famílias nesse processo preconceituoso de determinar o futuro das crianças.
Então, a dislexia não existe? Sim, ela é uma doença catalogada. O que não está clara é a idéia estabelecida em alguns consultórios e salas de aula de que a patologia está na origem das dificuldades de aprendizagem. Os conhecimentos de pedagogia e os estudos sobre como se constrói o conhecimento simplesmente não são levados em conta nas discussões atuais sobre o tema. Talvez por isso pareça tranqüilo “encaminhar” esses estudantes aos serviços de saúde (como revelam os casos relatados nos quadros abaixo). Ao considerar esses saberes, o diagnóstico costuma ser alterado e as soluções propostas passam a ter muito mais a ver com as atividades desenvolvidas em classe. Confira a seguir os quatro grandes mitos em torno da dislexia hoje.



Cada um no próprio ritmo



VINÍCIUS LOBO CAMARGO, 13 anos, estudante de São Paulo, SP

Vinícius Lobo Camargo, 13 anos, nunca foi considerado um bom aluno. Para sua mãe, as notas baixas e a falta de concentração pareciam o sinal de pouco empenho nos estudos, já que o garoto vai muito bem em Matemática e se comunica com facilidade. Aos 9 anos, uma tia o levou a um centro especializado em dislexia para uma bateria de exames neurológicos, fonoaudiológicos e psicológicos. O resultado dos testes apontou dislexia severa. “Eu nunca gostei muito de ler e escrever, mas estou provando que essa doença não me impede de aprender”, diz o menino. Hoje, Vinícius não toma nenhum tipo de medicação e freqüenta a 7ª série numa escola pública de São Paulo. Quando necessário, faz sessões de psicopedagogia e participa de aulas de reforço. “A dislexia não me impede de aprender e passar de ano. Sou um aluno normal, mas que precisa de mais tempo para acompanhar a turma. Qual o problema?”


1º mito: A dislexia atrapalha a alfabetização


Criança que troca letras é disléxica, certo? Não. Focar a expressão escrita na oralidade (escrever como se fala), trocar tipos parecidos foneticamente (como F e V), juntar palavras e unir letras de forma aparentemente aleatória são ações absolutamente normais do processo de alfabetização. Quem sabe como o aluno constrói esse novo conhecimento considera esses fatos como um avanço em relação a uma etapa anterior, não um erro.
As pesquisadoras argentinas Emilia Ferreiro e Ana Teberosky descobriram (há quase 30 anos!) que os estudantes elaboram diferentes hipóteses sobre o funcionamento do sistema de escrita, como se fossem degraus numa escada rumo à aprendizagem. Investigações na área de didática são unânimes em demonstrar que se alfabetizar está longe de ser uma tarefa simples, num processo complexo em que as idéias dos pequenos nem sempre coincidem com as dos adultos. “Observar a relação do aluno com a própria escrita é mais importante do que apontar erros e muito mais efetivo do que rotulálo como portador de um distúrbio”, afirma Giselle Massi, especialista em fonoaudiologia e linguagem, em Curitiba. Em vez de encaminhar para um tratamento de saúde, o importante é compreender que o percurso é tão importante e desafiador quanto sua conclusão.
Vale lembrar que saber escrever vai além da aquisição da ortografia correta. Aspectos textuais, como coerência, utilização e manipulação de referências e construção lógica de idéias, evidenciam a capacidade de uso da escrita. Apesar de serem centrais na avaliação do nível de compreensão que cada criança tem da linguagem, esses elementos muitas vezes são ignorados. Por exemplo: um aluno que troca letras pode apresentar outras qualidades em seus textos e, portanto, não deve ser tachado de doente, sem apelação.


2º mito: O disléxico não gosta de ler e escrever


Na verdade, o desinteresse pela leitura e pela escrita está muitas vezes associado às próprias dificuldades da alfabetização. A expectativa equivocada de pais e educadores quanto ao ritmo de aprendizagem e a simples comparação entre os colegas de classe podem criar estigmas. Essa mania de colocar rótulos nos estudantes (bons, esforçados, casos perdidos...) cria o que Giselle Massi chama de aquisição por sentido: “Ao ser carimbada pelo professor e pelos pais, a criança desenvolve uma equivocada noção de si e passa a se ver como incapaz de avançar”. Assim, é natural que perca o interesse pelas atividades ligadas ao que considera ser a sua fragilidade (leia mais na entrevista abaixo).
Além de distúrbios físicos (problemas de visão ou audição, por exemplo que podem interferir nessa dificuldade, pais que não valorizam a leitura ou têm pouco acesso a livros e jornais inf luenciam diretamente o desempenho percebido em sala de aula. Não se pode esquecer que no Brasil, segundo dados do Indicador do Alfabetismo Funcional de 2007, só 28% da população entre 15 e 64 anos é capaz de ler textos longos e fazer relações e inferências. É por isso que, aqui, acreditar que a dislexia seja responsável por esse problema é muito grave e não pode justificar os entraves do atual sistema de Educação.
“Quando a criança é observada com mais atenção, é possível verificar que a maior parte dos problemas não é de origem patológica, mas uma junção de fatores internos e externos à escola que dificultam a aprendizagem”, afirma Telma Weisz. “Não questiono a existência da dislexia, mas seus sinais pedem muita atenção num país como o nosso.”



Luta contra o preconceito

ELIANA OLIVEIRA, mãe de Felipe, aluno da 7ª série em São Paulo


Eliana Oliveira sofreu muito quando recebeu o diagnóstico de dislexia do filho. Felipe Anderson de Oliveira, hoje com 14 anos, sempre teve dificuldade para ler e escrever e se adaptar ao ritmo da classe. Ela e o marido mudaram o menino de colégio várias vezes (ele chegou a ser matriculado numa escola especial) e fizeram uma peregrinação por consultórios e clínicas de neurologia e psiquiatria. Para a surpresa deles, os pais dos colegas de Felipe questionavam as atividades diferenciadas destinadas ao garoto em sala de aula. “A discriminação é o pior. Quero que Felipe reconheça suas potencialidades e não deixe de sonhar”, afirma a mãe. Há cinco anos, ela e o marido passaram a estudar psicologia para entender a realidade do filho e ajudá-lo a avançar. “A discriminação é muito pior do que qualquer distúrbio porque destrói o interesse da criança pelo aprender. Reverter esse quadro é um longo trabalho” .

3º mito: O disléxico é mais inteligente e criativo

Essa é outra afirmação, digamos, um tanto quanto estranha. Alguém acha que é possível medir a inteligência ou a criatividade de forma objetiva, como resultado de uma avaliação pragmática? Uma tese amplamente aceita é a de que, por utilizarem formas singulares de elaboração da linguagem escrita e de interação com o idioma, as crianças ditas disléxicas acabariam por desenvolver estratégias mais criativas de comunicação, interessando-se mais pelas artes e pelos esportes.
O fato é que cada ser humano é único, cheio de sutilezas e tem uma intrincada e singular forma de observar e interagir com o mundo. Em outras palavras, todos os estudantes apresentam afinidade com diferentes linguagens. Pesquisas do psicólogo norte-americano Howard Gardner comprovam essa diversidade. Tanto que ele cunhou a expressão “inteligências múltiplas” (ou seja, não há “uma” inteligência a ser medida). Testar essas habilidades implica considerar um universo de possibilidades do conhecimento humano e não apenas a expectativa da sociedade numa determinada época.
Para a psicopedagoga Marice Ribenboim, de São Paulo, o rótulo de gênio é tão nocivo quanto o de incapaz de aprender. “Marcar uma criança como portadora de um distúrbio é, em qualquer situação, uma forma de limitação. A Educação não pode se pautar por esse tipo de evidência, como se fosse um veredicto final sobre as possibilidades de cada um.”

4º mito: As causas da dislexia são genéticas

Estudos recentes conduzidos por Sally Shaywitz, neurologista da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, apontam para uma descoberta neurofisiológica que seria capaz de justificar a falta de consciência fonológica do disléxico. Mas, embora as principais instituições de estudo da doença aceitem atualmente a teoria de uma origem genética, oficialmente a dislexia ainda é um distúrbio sem causa definida. Sim, oficialmente é isso.
Pesquisas realizadas no Brasil e na Inglaterra pelo neurologista Saul Cypel, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor do Instituto de Neurodesenvolvimento Integral, colocam em xeque a maneira como são conduzidos esses tipos de teste de diagnóstico e revelam que, de cada 100 alunos encaminhados ao médico com suspeita de dislexia, apenas três efetivamente têm a doença. Elas demonstram que não há relação direta entre disfunções no exame eletroencefalográfico e dificuldades de aprendizagem.
Como os mecanismos de funcionamento da dislexia ainda são um mistério para a Medicina, só os sintomas é que conduzem a um diagnóstico – e eles podem apontar para caminhos equivocados. Quando uma criança mostra dificuldades de aprendizagem associadas à dislexia, os exames às quais é submetida têm como intuito principal descobrir se existe outra causa perceptível para a doença. Se nenhum desvio físico ou psicológico é encontrado, toma-se a dislexia como uma patologia presente e mede-se, por meio dos sintomas, seu grau de severidade.
O tema, como se viu nestas quatro páginas, é bastante controverso e, obviamente, não se esgota aqui. Não há conclusões totalmente definitivas sobre a dislexia (suas causas, seus sintomas, sua ligação com a escola). O que sobra são dúvidas que precisam ser destacadas e exploradas num debate crítico. Como diz o filósofo francês Edgar Morin em seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro: “Será preciso ensinar princípios de estratégia que permitam enfrentar os imprevistos e as incertezas na complexidade do mundo contemporâneo. É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza”.

Quer saber mais?


Bibliografia
A Dislexia em Questão, Giselle Massi, 256 págs., Ed. Plexus, tel. (11) 3872-3322, 45,90 reais.
Neurologia Infantil, Saul Cypel e Aron Diament, 1921 págs., Ed. Atheneu, tel. 0800-26-7753 .

A FRASE DO ANO DO DR. DRÁUZIO VARELLA

'No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas eles não se lembrarão para que serve'.
Dráuzio Varella.
Recebi essa mensagem de uma querida amiga Maria Alice....