Conhecida como pré-eclâmpsia, a doença atinge cerca de 320 mil mulheres por ano (10% do total de gestantes) e pode ser fatal.
A equipe do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Toxinologia (CAT/CEPID), que está há seis meses trabalhando no remédio, extraiu um componente do veneno que ajuda a serpente a controlar a sua presa, fazendo com que a sua pressão arterial despenque.
"O veneno tem outros componentes, mas este impede que a presa (geralmente roedores) fuja", afirmou um dos pesquisadores envolvidos nos estudos, Juliano Guerreiro.
A equipe submeteu o pedido de patenteamento do remédio no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa e espera pela aprovação para publicar a descoberta em uma revista científica.
Atualmente, a condição é tratada com remédios para hipertensão, que nem sempre resolvem o problema.
"A pré-eclâmpsia é diferente da hipertensão porque tem outras complicações que caracterizam a doença", ressalta Guerreiro.
Mortes
Segundo o pesquisador, o mecanismo de ação do novo remédio seria diferente dos medicamentos mais comumente usados no combate à hipertensão.
"Os hipertensivos mais comuns são vasodilatadores", diz o cientista. "Nesse caso, a molécula também age nas artérias e promove dilatação, mas de uma forma diferente porque age especificamente em uma proteína."
A condição pode se desenvolver a partir da vigésima semana de gestação, mas as suas causas são motivos de controvérsia entre os cientistas.
Segundo Guerreiro, o fato de uma mulher ter pressão alta não significa que ela vá desenvolver pré-eclâmpsia quando ficar grávida.
Sabe-se, porém, que a doença está associada a 30% das mortes de gestantes no Brasil. De acordo com o pesquisador, a maior parte dos óbitos ocorre no parto.
A aprovação da patente também atrairia empresas privadas, e mais recursos, para o projeto. Até aqui, as pesquisas já custaram cerca de US$ 3 milhões e foram financiadas principalmente pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que mantém o CAT/CEPID.
Exames
O próximo passo será fazer os exames toxicológicos da nova droga para, segundo Guerreiro, "saber a toxicidade da droga, se ela interfere no sistema nervoso, no desenvolvimento do feto".
"Nos animais, não vimos nada que desanimasse as pesquisas", afirmou o pesquisador.
Concluída essa fase, deverão ser iniciados os exames clínicos em mulheres. Guerreiro estima que serão necessários pelo menos cinco anos até que a droga esteja disponível comercialmente.
Além de Guerreiro, participam do trabalho Claudiana Lameu, outra pesquisadora do CAT/CEPID, e Antonio Carlos Martins de Camargo, chefe do laboratório.
O veneno da jararaca já foi usado em outras drogas, como no captopril, o primeiro medicamento contra a hipertensão comercializado em larga escala.
Carolina Glycerio Da BBC Brasil em São Paulo
A equipe do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Toxinologia (CAT/CEPID), que está há seis meses trabalhando no remédio, extraiu um componente do veneno que ajuda a serpente a controlar a sua presa, fazendo com que a sua pressão arterial despenque.
"O veneno tem outros componentes, mas este impede que a presa (geralmente roedores) fuja", afirmou um dos pesquisadores envolvidos nos estudos, Juliano Guerreiro.
A equipe submeteu o pedido de patenteamento do remédio no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa e espera pela aprovação para publicar a descoberta em uma revista científica.
Atualmente, a condição é tratada com remédios para hipertensão, que nem sempre resolvem o problema.
"A pré-eclâmpsia é diferente da hipertensão porque tem outras complicações que caracterizam a doença", ressalta Guerreiro.
Mortes
Segundo o pesquisador, o mecanismo de ação do novo remédio seria diferente dos medicamentos mais comumente usados no combate à hipertensão.
"Os hipertensivos mais comuns são vasodilatadores", diz o cientista. "Nesse caso, a molécula também age nas artérias e promove dilatação, mas de uma forma diferente porque age especificamente em uma proteína."
A condição pode se desenvolver a partir da vigésima semana de gestação, mas as suas causas são motivos de controvérsia entre os cientistas.
Segundo Guerreiro, o fato de uma mulher ter pressão alta não significa que ela vá desenvolver pré-eclâmpsia quando ficar grávida.
Sabe-se, porém, que a doença está associada a 30% das mortes de gestantes no Brasil. De acordo com o pesquisador, a maior parte dos óbitos ocorre no parto.
A aprovação da patente também atrairia empresas privadas, e mais recursos, para o projeto. Até aqui, as pesquisas já custaram cerca de US$ 3 milhões e foram financiadas principalmente pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que mantém o CAT/CEPID.
Exames
O próximo passo será fazer os exames toxicológicos da nova droga para, segundo Guerreiro, "saber a toxicidade da droga, se ela interfere no sistema nervoso, no desenvolvimento do feto".
"Nos animais, não vimos nada que desanimasse as pesquisas", afirmou o pesquisador.
Concluída essa fase, deverão ser iniciados os exames clínicos em mulheres. Guerreiro estima que serão necessários pelo menos cinco anos até que a droga esteja disponível comercialmente.
Além de Guerreiro, participam do trabalho Claudiana Lameu, outra pesquisadora do CAT/CEPID, e Antonio Carlos Martins de Camargo, chefe do laboratório.
O veneno da jararaca já foi usado em outras drogas, como no captopril, o primeiro medicamento contra a hipertensão comercializado em larga escala.
Carolina Glycerio Da BBC Brasil em São Paulo
A minha irmã mais velha morreu aos 21 anos de idade na sua segunda gestação com esse problema, tenho hoje uma colega que não pode engravidar por esse mesmo motivo.
3 comentários:
Minha amiga teve pré-eclâmpsia!
João Henrique nasceu de 7 meses, mas graças a Deus tá forte e mto fofo!
Um dos "sobrinhos" da Tia Tata! hehe...
Beijos querida!
Que bom né minha querida, minha irmã não conseguiu...bjs
Eu também fiz um post sobre esse tema, que eu acho um espetáculo, até por ser feito por pesquisadores brasileiros, e mesmo eu morando nos Estados Unidos, eu adoro quando estas coisas acontecem.
Postar um comentário