sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Uma Ocasião Especial





A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.

"Thomas Hardy"


Era com muita dor que aquele homem retirava do guarda roupas um frasco de perfume francês com o qual presenteara sua esposa quando da sua última viagem ao exterior. Isto, disse ele, é uma das coisas que ela estava guardando para uma ocasião especial. Bem, acho que agora é a ocasião, falou demonstrando profunda amargura. Segurou o frasco com carinho e colocou-o na cama junto com os demais objetos que havia separado para levar à funerária. Olhou consternado para os pertences guardados, fechou a porta do armário, virou-se para os demais familiares que estavam com ele e disse-lhes com voz embargada: "Nunca guardem nada para uma ocasião especial, já que podemos criar a cada dia uma ocasião muito especial." Independente do valor e do significado dos objetos, muitos de nós temos os nossos guardados para ocasiões especiais. São as peças presenteadas por ocasião do casamento, roupas adquiridas para esse fim, salas reservadas para essas circunstâncias. Alguns de nós chegamos a ficar neuróticos só de pensar em deixar os filhos brincar na sala de visitas, pois temos que preservá-la intacta para uma ocasião especial, para receber visitas especiais, como se eles não o fossem. São todas essas coisas que perdem totalmente o valor quando a ocasião especial é a do funeral de um ente querido. Um filho que se vai, sem que o tenhamos deixado tomar café naquela xícara rara que herdamos da nossa bisavó. O esposo que se despede sem poder contemplar a esposa vestindo a lingerie nova que lhe deu de presente no último aniversário de casamento. No campo dos sentimentos também costumamos fazer as nossas economias para ocasiões especiais. É aquela frase mágica que estamos guardando para dizer num dia muito especial... Uma declaração de amor que estamos preparando para dizer quando as circunstâncias forem propícias... Um gesto de carinho que evitamos hoje, por julgar que a pessoa ainda não está preparada para receber. Um pedido de perdão que estamos adiando para um dia que nunca chega... A carta a um amigo que não vemos há tempos, pedindo notícias. A conversa amistosa com alguém que nos considera um inimigo, a fim de esclarecer dúvidas e resolver pendências, enquanto estamos a caminho, como aconselhou Jesus. Enfim, pensemos que cada dia, é um dia especial. Cada hora é uma hora muito especial... Cada segundo, é um tempo especial para se criar uma ocasião perfeita e fazer tudo o que deve ser feito. Não vale a pena economizar as coisas boas. É preciso viver intensamente cada fração de tempo que Deus nos permite estar em contato com as pessoas que nos rodeiam. .


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As palavras de carinho que deixamos de dizer... As promessas que deixamos de cumprir... As flores que deixamos de ofertar... A mensagem de esperança que não espalhamos... De tudo isso poderemos nos arrepender amargamente quando, numa ocasião especial, estivermos partindo deste mundo, ou nos despedindo de alguém que parte.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Espera dos Pais


"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco."
Edmund Burke

A dama da alta sociedade costumava desfilar, em sua carruagem de luxo, pelas ruas de São Francisco, sob olhares de admiração e inveja. Um dia, os jornais publicaram o falecimento de uma tia e ela, obedecendo às convenções sociais, teve que permanecer no lar por uma semana. Indignada por ter que ficar sete dias dentro do enorme palácio, buscou o marido, então Governador do Estado, e esse a fez lembrar-se de que poderia passar os dias brincando com o filho. Ela gostou da idéia. Adentrou a ala esquerda do palácio, que tinha sido liberada para o pequeno príncipe, que vivia rodeado por profissionais de diversas nacionalidades, a fim de lhe ensinarem idiomas e costumes de outros povos. Quando o pequeno Leland avistou a mãe, exultou de felicidade e lhe perguntou por que ela estava ali, naquele dia e hora não habituais. Ela lhe contou o motivo e ele, feliz, lhe perguntou quantas tias ainda restavam. Leland estava ao piano tocando uma balada que aprendera com sua babá francesa. A mãe, impressionada, ficou ouvindo, por alguns instantes, aquela balada que lhe pareceu um tanto melancólica. Pediu ao filho que cantasse, ele cantou. Falou-lhe para que a traduzisse e ele a traduziu. Era a história de um menino que era levado pela sua mãe todos os dias até à praia, de onde ficavam olhando o pai desaparecer na linha do horizonte, em seu barco pesqueiro. Todos os dias a cena se repetia, até que um dia, o barco do pai não retornou. A mãe conduziu o filho novamente à praia e lhe pediu que ficasse esperando, pois ela iria buscar o marido. Adentrou no mar e o filho ficou esperando na praia, pelo pai e pela mãe, que jamais retornaram. A balada comoveu a grande dama. Falou ao filho que era muito triste. Ele respondeu que cantava porque se identificava com o menino da praia. A mãe não entendeu em que consistia a semelhança e retrucou ao filho: Você tem tudo. Não lhe falta nada. Tem mãe e pai e é herdeiro de um dos homens mais importantes deste Estado. Leland respondeu com melancolia: Mas o papai adentrou há muitos anos no mar dos negócios e nunca o posso ver. Você o seguiu e eu fiquei aqui à espera de um retorno que nunca acontece. Como você pode perceber, minha história é muito semelhante à do menino solitário da praia. Daquele dia em diante, a dama passou a conviver mais com o filho de onze anos a quem não conhecia e, por esse motivo, aprendeu a amá-lo. A convivência estreita com a mãe trouxe a Leland um brilho novo. Por algum tempo a vida lhes permitiu desfrutar da alegria do afeto mútuo, das experiências vividas, um em companhia do outro. Fizeram uma longa viagem de navio e Leland adoeceu. A mãe fez tudo o que podia para lhe salvar a vida, mas foi tudo em vão. O navio retornou e Leland não pode mais contemplar a mãe com os olhos físicos. Todavia, naquele breve tempo de convívio, o menino ensinou à mãe outros valores. Ela construiu orfanatos e outras obras de assistência para a comunidade carente. Leland não herdou a fortuna dos pais, mas a fortuna rende frutos até hoje, junto à sociedade daquele Estado. Dentre elas, a Universidade Stanford.
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Não há motivo que justifique o abandono dos filhos por parte dos pais. Não há filhos que aceitem, de boa vontade e em sã consciência, trocar o afeto dos pais por qualquer outro tesouro. Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Divaldo Pereira Franco

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009





Antes de ser mãe, eu fazia e comia os alimentos ainda quentes.

Eu não tinha roupas manchadas, tinha calmas conversas ao telefone.

Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria, Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.

Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentesAntes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia.

Eu não tropeçava em brinquedos e nem pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe, eu não me preocupava: Se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas então, eram coisas em que eu não pensava.

Antes de ser mãe, ninguém vomitou e nem fez xixi em mim, Nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.

Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos, e dormia a noite toda.

Antes de ser mãe,eu nunca tive que segurar uma criança chorando, para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.

Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.

Nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.

Nem fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.

Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança, só por não querer afastar meu corpo do dela. Eu nunca senti meu coração se despedaçar, quando não pude estancar uma dor.

Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina, pudesse mudar tanto a minha vida e que pudesse amar alguém tanto assim.

E não sabia que eu adoraria ser mãe.

Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação, de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.

Não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.

E não imaginava que algo tão pequenino, pudesse fazer-me sentir tão importante.

Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite toda , cada 10 minutos, para me certificar de que tudo estava bem.

Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.

Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus, Por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.

Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe!

Autor: (Silvia Schmidt)


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Que Importa.




Não importa:
que a ventania da incompreensão nos zurza o caminho;
que a ignorância nos apedreje;
que a injúria nos aponte ao descrédito;
que a maledicência nos receba a jarros de lama;
que a intriga nos envolva em sombra;
que a perseguição nos golpeie;
que a crítica arme inquisições para condenar-nos;
que os obstáculos se multipliquem, complicando-nos a jornada;
que a mudança de outrem nos relegue ao abandono;
ou que as trevas conspirem incessantemente, no objetivo de perder-nos.
Importa nos agasalhemos na paciência;que nos apliquemos à desculpa incondicional;que nos resguardemos na humildade, observando que só temos e conseguimos aquilo que a Divina Providência nos empreste ou nos permita realizar;que nos cabe responder ao mal com o bem, sejam como sejam as circunstâncias;e que devemos aceitar a verdade de que cada coração permanece no lugar em que se coloca e que, por isso mesmo, devemos, acima de tudo, conservar a consciência tranquila, trabalhar sempre e abençoar a todos, procurando reconhecer que todos somos de Deus e todos estamos em Deus, cujas leis nos julgarão a todos, amanhã e sempre, segundo as nossas próprias obras.
Emmanuel

In: 'Coragem' - Francisco Cândido Xavier